Nada menos frio do que estes frigoríficos que florescem em qualquer parte do mundo e cujo tema é bem simples: lutar contra o desperdício alimentar. São frigoríficos em autosserviço, onde cada um toma o que precisar e o que estiver para ser realimentados por associações, donos de restaurantes, comerciantes ou indivíduos.
Os frigoríficos sociais nasceram em Berlim, Alemanha, a final do ano 2011, debutam a princípios do ano 2012 pela iniciativa da associação Lebensmitterlretten, os salvadores de alimentos. Os frigoríficos são aglomerados assim por todas as partes na capital alemã e estão disponíveis 24h / 24 e 7 dias da semana. Nestes frigoríficos, são depositadas verduras, frutas, pães ou pratos preparados. A única regra é deixar o que está comestível, mas não com data de validade vencida. Nada de carnes, nem pescados para evitar toda contaminação alimentar. Unicamente produtos saudáveis são aceitos. Desde a sua colocação, estes frigoríficos não infringiram as regras e nenhum problema sanitário tem sido constatado.
Desde Europa, o conceito é copiado. Em Argentina, este novo modo de distribuição alimentar se desenvolve em diferentes cidades do país, onde a inflação dos 40 % num ano fez subir rapidamente o preço dos alimentos. Recentemente, graças à ação da ONG Red Solidaria, uns cinquenta frigoríficos têm sido conectados nas ruas e Buenos Aires e de outras cidades de Argentina. Um deles inclusive está na praça de maio onde se encontra o palácio presidência. “Um conceito solidário e digno” exclamam conforme os responsáveis da Red Solidaria (http: // redsolidaria.org.ar/), na prensa. Em uma entrevista de actu.orange.fr, Gabriel Shneider, um dos responsáveis desta estrutura afirma que “A ideia é que não se vê às pessoas fazendo fila. Chegam se servem, sem que ninguém lhes dei o alimento. É um conceito mais solidário e mais digno” conclui.
Um conceito que ganhou em força se apoiando bastante na influencia das redes sociais. Em America do Norte, “Frigorifico de Pequena Pátria”, o primeiro frigorifico social em Quebec, instalado em 2015, foi um sucesso vivo no momento da sua colocação no parque Montcalm em Montreal. 4000 internautas revelaram a primeira chamada, 50 pessoas se levaram voluntários para aportar uma ajuda benévola, e os habitantes da zona, os donos de restaurantes, os comerciantes, os cafés, as padarias, supermercados todos deram a mão à iniciativa, com objetivo de velar pela boa alimentação deste frigorifico solidário, que desde os seus primeiros passos, também gerou outros frigoríficos, em outras zonas.
Estas iniciativas privadas florescem com o fim de aportar soluções concretizadas ao problema crescente de fome no mundo. Embora isso as cifras sobre o desperdício alimentar são ainda abismais. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço da parte comestível dos alimentos destinados ao consumo humano está perdido ou desperdiçado no mundo hoje. Isto equivale a 1,3 milhões de toneladas ao ano, ou seja, mais de 160 kg ao ano e por habitante… Um fato triste que ainda oferece um futuro amplo para iniciativas como estes frigoríficos sociais.
ALFA